Marcelo Saldanha homenageia a mãe Pituca em noite de autógrafos.
O meu irmão sempre se mostrou em nossa intimidade familiar (e fora dela), muito amigo das artes, especialmente das letras – em Marcelo sempre percebi muita poesia, muita sensibilidade! Certamente, por isso, essa profunda identificação dos dois, dele e de mamãe – que também era de uma delicadeza prosaica.
Ele a entendia (PITUCA, em muitas circunstancias, não era fácil de entender) com os olhos da afeição, da paciência e da subjetividade; às vezes, claro, discordavam e brigavam, mas logo se voltavam às completudes – o “cajá” como ela o apelidava, tornava-se doce de novo. Ele a amava mais que tudo, a ama ainda, e por todo o sempre, mais que tudo… e talvez esta seja uma das poucas certezas que tenho em minha vida.Entendo que, desde a partida dela para o sorriso de Deus, e vivendo a inevitável solidão física (ainda que lute constantemente contra tal) de um grande amor de mãe/companheira, mais sensível ainda ele tenha se tornado. E, tomado por tal condição, precisou (ao longo destes anos de ausência) desenvolver “mecanismos” de mitigação daquilo que tem muitas saudades, pois lembra sempre – eles tiveram juntos uma vida intensa (de confidências tristes, de lutas, de privações, de sacrifícios… Mas também de alegrias, de celebrações, de orgulhos mútuos)!
Aí, então, vejo-o debruçado em suas escritas “fugazes” e quase que diárias (pois disciplinadas, como tudo o que faz) junto das suas mídias sociais (o facebook e o instagram) – que, para mim e para muitos, são verdadeiras colunas de uma vida linda – a dele que, ao lado de tantos (da sua família, dos seus amigos, dos seus alunos), constrói.Aos poucos, Marcelo vai abrindo mão daquilo que lhes foram (dele e de mamãe) de mais valoroso – o prazer do convívio, socializando tudo com todos. O meu irmão/poeta faz toda questão de, no menor dos motivos dos seus “desabafos midiáticos”, sobretudo exaltar PITUCA – a sua “forte luz amarela”. E isto, eu, sua irmã, me acostumei a ver dele, junto dela… isto, subitamente, não passou a ser um triste canto de partida; mas sim, sempre fora um amoroso hino de toda uma permanência vívida.
Mesmo intensamente mais reservada que ele, ao lado da minha família (do meu marido Paulo, seu cunhado, e da minha filha Mariana, sua sobrinha) celebramos todos juntos a ideia, agora transformada em obra, de PITUCA– A MINHA FORTE LUZ AMARELA. DAS MÍDIAS SOCIAIS PARA O LIVRO, uma oportunidade de, desde as transcrições do que fora postado pontualmente naqueles agéis e novos canais de comunicação, se aglutinarem num livro perene – que vai nos acompanhar por toda a vida; acompanhar a nós dois, filhos dela e a nossa pequena família, aos nossos muitos amigos (amigos que conheceram a nossa mãe, bem como o amor deles dois – e, logo, chancelam todos os seus escritos como verdade, e ainda, amigos que não tiveram esta linda oportunidade).E, com o intento de ratificar todo o conteúdo posto, Marcelo, sempre solidário, disposto a agrupar, valorando, traz para estas páginas de um diário que ele não quis que fosse só seu, alguns dos muitos comentários das suas postagens, o que faz deste livro uma dinâmica roda de conversas, uma agradável reunião de gente que sempre quis bem a ela, que nos quer bem.
Por fim, como consequência deste conjunto compilado, o leitor facilmente costura uma PITUCA simples (e ao mesmo tempo sofisticada), além de muito alegre (pois colorida), absolutamente feminina, feito uma confortável colcha de retalhos que, em tantas noites frias, só nos abraçou e protegeu bondosamente… Uma colcha de retalhos que ele (mais do que ninguém) sempre quis liberta do silêncio e das traças das gavetas, cumprindo o seu intrínseco papel: o de enfeitar a casa e o mundo,celebrando as nossas vidas e tantas outras.
Espero muito que gostem… Eu, particularmente, já fiz dele o livro da minha cabeceira… Uma maior inspiração de filha, irmã, mulher, esposa, mãe e amiga.
Obrigada, meu irmão tão amigo, por mais este presente que também me deste!!!
Fernanda Saldanha Frias
Marcelo Aragão Saldanha, nascido em São Luís, no ano de 1973 – sendo o primeiro, dos dois únicos filhos de PITUCA (PETRONÍLIA Aquino Aragão). Aos seis anos de idade, recebeu o seu diploma do ABC, tendo ele próprio, com quase nenhuma ajuda de sua tia/historiadora (vizinha) Neném, escrito o discurso que fez representando a turma do Jardim de Infância Pequeno Polegar do Colégio Dom Bosco. Ali, nos tempos de primário e ginásio, sempre teve boas notas em Português – já em Matemática, dava trabalho?!? No científico, as aulas de Redação (da professora Joelina) eram as mais aguardadas… ele, desde muito menino adorava as Letras.
Na universidade, revelou-se um entusiasta de uma outra grande paixão – as Viagens e os seus serviços inerentes. Formado em Turismo, especializou-se em Administração de Grandes Hotéis, tendo feito mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano… Suas monografias e dissertação foram escritas com primor!!!
Nada disto, a priori, era do agrado da mãe, pois o que PITUCA mesmo desejava, era que ele tivesse sido médico “… será um doutor dos mais caridosos, humanitários… escrever, só as receitas para curar os mais pobres e fracos”, ainda que ela muito se alegrasse (sempre orgulhosa) por cada mala que ele fazia, por cada carimbo de passaporte que tomava, por cada ligação distante que dele, saudoso, recebia.
Trabalhando por quase três décadas, militou sempre com muita criatividade, dedicação e entusiasmo, junto dos mercados de Eventos, da Hotelaria e da Restauração, em cidades como São Luís/MA, bem como Barreirinhas/MA e Belém/PA.
Paralelo a tudo o que fez, sempre quis ser professor, sempre esteve em salas de aula – assim foi no UNICEUMA, assim é no IFMA Campus Barreirinhas, onde desde 2012 é servidor público concursado.
Por onde a sua cátedra esteve, os seus tantos alunos (hoje amigos, colegas de trabalho), o lembram como muito espirituoso, porém demasiadamente exigente, além de ser proprietário de um vasto conhecimento técnico e de uma oratória naturalmente elegante.
E como professor continua escrevendo muito – os artigos científicos para a conceituada Revista Brasileira de Ecoturismo discutem temáticas, as mais diversas e úteis, da cidade que em 2017, muito agradecida, lhe outorgou o título de Cidadão, e em 2019, desde a Academia Barreirinhense de Letras, Artes e Ciência lhe assentou na cadeira de número 36, cuja patronesse é Consuelo Dulce Côrrea, pioneira no Turismo da região dos Lençóis Maranhenses.
Mas, é como homem, pleno de sensibilidade; como filho, saudoso de sua mãe que subitamente partiu para Deus, que ele publica agora, a sua primeira obra literária, muito valorada em emoção (como tudo o que realiza), escrita com as mãos do coração, sob o título PITUCA – a minha forte luz amarela. Das mídias sociais para o livro.