Reunião realizada na FIEMA reuniu entidades públicas e privadas para debater gargalos logísticos, armazenagem e estratégias de desenvolvimento
SÃO LUÍS – O Sindicato das Indústrias do Arroz do Estado do Maranhão (Sindiarroz) reuniu, na última terça-feira (1º), representantes do setor produtivo e de órgãos públicos para discutir ações estratégicas voltadas ao fortalecimento da cadeia do arroz no estado. O encontro foi realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), em São Luís, e contou com a condução do presidente em exercício da FIEMA, Benedito Bezerra Mendes.
Com a presença de instituições como Sebrae, Embrapa, Conab, Sagrima e Ministério da Agricultura, a reunião colocou em pauta os principais entraves que afetam a competitividade do arroz maranhense, como deficiência logística, baixa capacidade de armazenagem e ausência de políticas públicas efetivas voltadas ao setor. “Essa reunião foi importante porque conseguimos visualizar as necessidades do setor e estabelecer compromissos entre os diversos órgãos presentes para impulsionar o desenvolvimento dessa área produtiva”, avaliou Benedito Mendes.
Um dos temas centrais do encontro foi a armazenagem da produção. Representantes destacaram que, enquanto outros estados produtores já utilizam estruturas alternativas aos silos tradicionais, como armazéns modulares e tecnologias de conservação avançadas, o Maranhão ainda carece de soluções diversificadas. Essa limitação afeta diretamente a qualidade e o volume de arroz que pode ser estocado após a colheita, o que compromete a competitividade do produto no mercado.
ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO – Além disso, a duplicação da BR-135, considerada essencial para o escoamento da produção agrícola, foi amplamente debatida. De acordo com dados divulgados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), estão em execução 34 quilômetros do trecho entre Itapecuru-Mirim e Miranda do Norte. O investimento é de R$ 140 milhões e o lote 3 está 20% concluído, devendo alcançar 80% até o fim de 2025.
O superintendente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Maranhão, Francisco José Cysne, reforçou o compromisso da instituição com a modernização da cadeia produtiva. “Buscamos soluções para ampliação da capacidade de armazenamento e qualificação técnica. A Conab está à disposição para contribuir com a FIEMA, o Sindiarroz e os demais parceiros nesse esforço conjunto”, afirmou.
Como desdobramento prático, foi criado um grupo de trabalho formado por representantes das entidades presentes, com o objetivo de construir um planejamento estratégico de longo prazo para melhorias na cadeia do arroz. A proposta inclui ações integradas de infraestrutura, qualificação e acesso a crédito.
O superintendente federal do Ministério da Agricultura no Maranhão, Wellington Sousa, defendeu a articulação institucional para que as políticas públicas sejam efetivadas. “Nosso objetivo é ampliar a capacidade de armazenamento e melhorar as vias de escoamento, como as estradas vicinais. Essa cadeia é estratégica para o estado e precisa de atenção contínua”, declarou.
Também participaram do encontro o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-MA e vice-presidente executivo da FIEMA, Celso Gonçalo; o subsecretário da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Maranhão (Sagrima), Sérgio Delmiro; além de técnicos de diversas instituições ligadas ao setor.
O Maranhão colheu cerca de 166,6 mil toneladas de arroz em 2023, segundo o IBGE, mas enfrenta desafios estruturais para ampliar sua competitividade no mercado nacional. A iniciativa do Sindiarroz busca romper esse ciclo por meio da articulação de esforços entre indústria, governo e instituições de apoio.