Evento em Açailândia promoveu diálogo sobre práticas responsáveis e combate a irregularidades trabalhistas
AÇAILÂNDIA – A Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA) e o Sindicato das Indústrias de Carvão Vegetal do Maranhão (SICAM) participaram, na última terça-feira (15), do Fórum Regional sobre Trabalho Escravo e Cadeias Produtivas, realizado em Açailândia. O evento reuniu representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-16), Superintendência Regional do Trabalho e diversos setores produtivos, com o objetivo de debater ações de enfrentamento ao trabalho análogo à escravidão e fomentar cadeias produtivas mais justas, responsáveis e sustentáveis.
O fórum integra o projeto “Reação em Cadeia”, promovido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que tem levado ao Sul do Maranhão importantes discussões sobre a erradicação do trabalho escravo contemporâneo nas diversas etapas das cadeias produtivas – desde a extração da matéria-prima até a chegada do produto ao consumidor final.
A programação do evento contou com palestras de especialistas e representantes de instituições com atuação destacada na pauta. A primeira palestrante da manhã foi a juíza do trabalho Liliana Maria Ferreira Soares Boueres, que abordou os “Aspectos gerais do trabalho escravo contemporâneo”, destacando os desafios jurídicos e sociais no enfrentamento à prática e a importância da articulação interinstitucional.
Na sequência, Marques Cassara, representante da organização brasileira Papel Social, trouxe contribuições sobre o tema “Investigações em Cadeias Produtivas”, apresentando experiências e metodologias de rastreamento de irregularidades e riscos sociais nas etapas produtivas.
O evento também contou com a participação do Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (InPACTO), que tratou do tema “Fomento de boas condutas nas empresas para o combate ao trabalho escravo contemporâneo”, reforçando a importância da responsabilidade corporativa e da adoção de mecanismos de governança nas empresas.
A juíza Liliana Boueres, vice-coordenadora da Comissão de Combate ao Tráfico de Pessoas, Erradicação do Trabalho Escravo e Trabalho do Migrante do TRT-MA, destacou o engajamento do Maranhão nesse processo. “Este fórum tem o papel de fortalecer o estado como referência nacional no enfrentamento ao trabalho escravo, unindo esforços para erradicar essa prática ilegal e promover a dignidade no ambiente de trabalho.”
Durante o encontro, o vice-presidente executivo da FIEMA e presidente do Centro das Indústrias do Maranhão (CIEMA), Cláudio Azevedo, reforçou a importância da atuação conjunta entre o setor produtivo e as instituições públicas. “O combate ao trabalho escravo é uma responsabilidade coletiva. No Maranhão, temos avançado significativamente no fortalecimento de políticas públicas e no apoio ao setor privado, buscando garantir uma produção industrial baseada no respeito aos direitos humanos e na sustentabilidade”, afirmou.
A presidente do SICAM, Bruna Fernandes, também destacou os avanços no setor de carvão vegetal no estado. “Nosso compromisso é com uma cadeia produtiva legal, transparente e que respeite a dignidade do trabalhador. Estamos empenhados em implementar e aperfeiçoar práticas que reforcem nosso papel na construção de um setor ético e responsável”, ressaltou.